17 julho 2005

hack the planet!

Serão as tecnologias formas de mantermos a mente ocupada por falta de um ombro? Pessoas em volta existem aos montes, mas me sinto como o patinho feio quando pequeno. Gosto de ficar olhando a fogueira ao invés de jogar truco. Aprendo a lidar com a realidade para fugir dos meus próprios pensamentos. Hackear o planeta é uma forma de explorar a realidade sem que percebamos muito que estamos vivos. Explorar é a palavra da vez. E não estamos falando em retirar do subsolo nossos minerais, ossos do planeta. Estamos falando de explorar as possibilidades de estarmos vivos, nossas interações e consequências.

Não ia conseguir escutar um não hoje. Por isso não liguei pra nenhum(a) amig@. Aí, aprender a lidar com alguma coisa, seja ela uma tecnologia ou uma manifestação de realidade, é uma forma de achar que as coisas vão bem. Mas não vão. Comigo não. Não consigo quebrar a porra do código que rege a realidade. Não consigo entrar nesse sistema. Sou um mero usuário com privilégios de ninguém, de areia no deserto, insignificante pro universo. Pequeno em todos os sentidos. E esse é meu consolo.

Assim, responsabilizo-me apenas por mim. Tentarei não estragar demais nem regredir demais, mas não sei. Quero voltar pra perto da fogueira, ver a madeira queimar, virar calor... e sumir... desaparecer no meio da pista de dança das salamandras, aonde o preto e o vermelho se misturam... o berço de nascimento do laranja e do amarelo...

Nessas horas queria ser uma cor, uma abstração qualquer. Ser humano me fascina e me cansa. Maravilhoso, poderia dizer. Aterrorizante. Lutar é uma forma de manter a solidão fora da mente. E o pior é que sei que a solidão é tudo que tenho e não posso rejeitá-la, pois assim expulsaria da minha vida a única coisa que sei que é verdadeira. Claro, nós, uns para os outros, tudo o mais. Querid@s amo vocês. Desconhecidos, eu tento amá-los também. Mas não me venha com essa de que estamos todos juntos, porque tenho visto a cada dia prodígios de muitos, mas a queda de milhares pra cada desses. E vou cair também, quem sabe. Todos perdem sempre. Todos ganham sempre. A vida não é uma competição e isso a torna um pouco mais justa. Mas ela é um jogo, e jogos são injustos. Acho que eu devia voltar pro conhecido, pro palpável. Mas não sei. Não posso. Estou em outra estação. Acho que não faço parte disso. Não quero ficar mostrando o tamanho do meu pau por aí. Sintonizo-me mais uma vez a tentar fazer parte da orquestra... Mas se quiserem ver tudo bem...

3 comentários:

kmm disse...

=o|. Parece triste...

Beijão!

Anônimo disse...

"em outra estação"... coisas tão loucas. tava ouvindo essa música, do legião urbana, agora.

e de repente leio aqui.

sincronias demais, que fazem tudo na minha cabeça girar.

mas é bom saber que não estou sozinho nesse mundo. bom saber.

let's stay sane.

grande abraço, meu chapa!

Anônimo disse...
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