28 fevereiro 2004

O mundo morrendo...


É um mundo morto, esse que vivemos. Vive seus últimos suspiros. Nós, humanos, matamos a Terra, e matamos a nós mesmos. Morremos a cada dia que passa, sem perceber. O sistema funciona sugando os dias das pessoas. Os problemas não são resolvidos sem antes outros terem sido criados. Na verdade, muitos problemas são tão mascarados, que evitam a detecção exceto àqueles que desejam ver tudo a tal ponto que deixam suas mentes aguçadas para este fim. As pessoas não se respeitam, e antes de se respeitarem ainda aumentam seu desrespeito uns pelos outros. As leis garantem apenas que as pessoas não vivam como animais, para assim terem um pouco menos de medo. Os dias passam e sugam a energia daqueles que se deixam sugar, daqueles que não lutam, e pasmem, acredito que quem mais perde energia e vive morto é aquele que quer mais viver, por isso tem medo de morrer. Muitas coisas que são de extrema importância, como sentimentos, medos, vontades, aptidões, características, reações e outros são guardados às sete chaves dentro de cada um, pois não há espaço na sociedade atual para tais coisas.


Bah, sentimentos humanos!! Os dias são para produzir. Aliás, que grande shopping center virou o mundo... Não existem esquinas que tragam mensagens positivas, mas em todas as ruas existe propaganda. O mundo virou um imenso mercado. Um mercado de ilusões. Vendem a imagem do que não podemos ser, como se o consumo nos tornasse outro. Vendem imagens de coisas e pessoas vivas, que na verdade vivem como mortos. Ilusão, ilusão, ilusão. A caixinha de ilusões tem crescido, à medida que mais pessoas acreditam que realmente estão vivas. Seus dias passam como água escorrendo pela torneira. Como água suja. Sem sabor, com cheiro de poluição, e numa velocidade que se for medida poderá deixar cabelos em pé. E ainda acham que estão vivas!! Ha ha ha!! Chega a ser um pouco cômico, se vemos a vida de uma forma mais leve... Afinal, chorar não adianta. Além de não reduzir o sofrimento e não resolver nada, ainda pode ter efeitos colaterais mais devastadores.



Não peço ideais, não peço para ninguém salvar nada. Apenas salve sua própria vida, e será suficiente. Não adianta pelos outros, porque muitas vezes eles não querem o que temos a oferecer. Muitas vezes nem acreditam que alguém pode oferecer algo sem querer uma troca. A doação de si para o mundo, que é a vida, virou do avesso, e se tornou o desejo do mundo para si, que não é a morte, mas um limbo aonde o sangue corre pelas veias, mas a energia vital está estagnada,
apenas circulando para manter o organismo funcionando. E muitos passam a vida como organismos... e mais nada!! A beleza, física, se torna cada vez mais vazia. A beleza espiritual, interna ou invisível, seja como for chamada, sequer é percebida pela grande maioria da humanidade. Esses sentimentos, que por dentro derretem bilhões de pessoas todos os dias, corroem sem ser percebidos. São uma espécie de ferrugem do coração e da mente. E as placas e os lugares são horríveis. A busca pelo custo mais baixo e pelo barulho mais alto tornam o mundo mais feio... mas tudo bem, hoje em dia vivemos uma vida barata, com sentimentos baratos e com nosso vazio que não tem preço. O resto vem depois...