A Vida. Tão presente à nossa volta que parece a coisa mais comum do Universo. Que parece simples.
A Vida. Que demorou bilhões (que são milhares de milhões!) de anos em seu laboratório para estarmos aqui agora. A Vida. Que preparou um planeta tão lindo, com tantas coisas impressionantes, e nos deu a vida, nosso bem mais precioso, sem nada querer em troca. (A beleza é brega, é piegas?)
E hoje, em nosso mundo, passamos a maior parte do tempo querendo defender "nossas" terras, "nossas" reservas naturais, "nossa" água das ameaças que circundam o mundo. Ameaças feitas de nós mesmos.
O medo faz com que queiramos mais armas. Mais armas que causarão mais medo.
O medo nos faz pensar que o mundo é um campo de batalha.
Não tenho certeza, mas me parece que tudo isso começa nessa defesa do que é "nosso" que na verdade não é nosso coisa nenhuma. O "nosso" minério já está nas mãos das empresas que o exploram. A cadeia de valor. A economia. Os bens. A separação. Tudo que torna nossa vida mais dura e difícil, e de toda essa opressão que surge nenhuma parte resolverá o problema do egoísmo que nos mata.
Nos mata nos nosso pensamento vãos, sobre coisas que pouco ou nada durarão.
Lutam por um poder que muda de mãos tão rápido quanto o dinheiro.
Lutam por um reconhecimento sem paz. Por uma vida sem valor. Sem vida.
E para nos colocar em nosso devido lugar, nos mostrar nossa verdadeira grandeza, nosso lugar no Universo é em um pequeno planeta azul, chamado Terra. O terceiro de uma série que orbita uma afastada estrela, chamada Sol. Aqui, na borda desse sistema solar, se encontram as sondas Voyager, os objetos mais distantes lançados pelo homem. Nos permitem ver e conhecer, mas nunca estar, nestas fronteiras estelares. E este Sol e toda sua corte de planetas percorre uma rota em torno do centro de nossa galáxia, a Via Láctea. Esta, por sua vez, depois de uma imensidão de vazio que não é vazio mas que nada possui se avizinha com outra galáxia, igualmente imensa, com bilhões de estrelas, bilhões de planetas. E mesmo essas imensas galáxias, das quais não temos nem noção do tamanho e da qual somos uma ínfima partícula, são parte de uma imensidão de galáxias tão maiores que as faz parecerem pequenas diante do Universo.
E sabe-se lá quantas galáxias existem.
E aliás, sabe-se lá quantos Universos existem.
E nossas capacidades. Nossa capacidade de aprender. Nossa capacidade de sofrer. Nossa capacidade de aprender a sofrer. Nossa capacidade de ser feliz. Nossa capacidade de ter vontade. Nossa liberdade de escolha. Nosso poder de ter liberdade de escolha. Nosso amor. Nossa curta e fugaz vida. Nosso incerto futuro, que por mais que as crenças digam e ditem, a verdade é que não sabemos o que vai acontecer quando a gente dormir pra não acordar mais. A consciência decerto migra, mas em verdade nada sabemos.
E enquanto somos carne,
A capacidade de ser um atleta, mesmo que o corpo não seja como as grifes desejam.
A capacidade de ser um músico, mesmo que não agrade os que as gravadoras querem.
A capacidade de ser um escritor, mesmo que ninguém leia suas obras.
O fato não está nas coisas em si, mas no que fazemos delas.
E enquanto o sol brilhar pra todos que querem ver, sempre existirá no mundo um oásis de paz dentro de si.
Basta confiar que se tudo der errado, a natureza nos provê. E se a natureza não nos provir e porventura a gente se ferrar, não foi a primeira vez, não foi a primeira espécie, não foi a primeira dor. Mas não podemos dizer que não foi nossa culpa.
Queria escolher e saber fazer e ser livre e em harmonia com toda a criação.
Tem gente que não gosta desses vídeos emotivos, mas sei lá, nada melhor pra quem tem depressão ou raiva, depois de uma boa dose de remédios é claro, do que um pequeno vídeo de despedida, não é?
(logo abaixo deste, o primeiro vídeo que ele fez...) e aqui o triste obituario de 23 de agosto de 2012.
(it is ok to you if it is in english?)
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