05 dezembro 2011

Nós (de novo)



Nós...
seres que valemos o que sabemos, e o que sabemos fazer...

Nossa vida fugaz passa em um instante cósmico que praticamente nada representa na eternidade, mas eis que não existe nenhum passado e nenhum futuro, somente o presente, o tempo todo...

Mas em um mundo aonde a matemática sabe-se lá como conversa a linguagem da existência, as palavras nada soam em meio ao silêncio dos mundos que existem serenos e quietos, em nada querendo se mostrar, mas ao contrário, brilhando e existindo para si, e assim iluminando tantos outros...

Vida dura de eterna competição,
de gaivotas que não querem voar, mas querem se matar pelos peixes mortos podres da praia...

Mundo duro, aonde poucos sabem que estão vivos,
aonde a vida é tão banalizada,
aonde as pessoas são tão desvalorizadas,
e o valor é o que se parece brilhante,
o ouro dos tolos,
a beleza que o tempo mata,
o metal que sobrevive à própria vida de quem o possui...

E tão poucos preparados para a realidade,
para a verdade de uma existência única coletiva,
de um único pensamento integrado de todo o Universo.

E tantas ilusões pelos números do mundo,
pelos números do salário,
pela formação profissional,
pela exploração, pela produção, pelo cansaço de todos que vivem uma vida sem limites de qualidade, sem quantificação de existência, sem realização pessoal...

Uma música soa em meus ouvidos,
vinda de algum lugar do vácuo dos mundos,
de onde nenhum som sai...
ela chega como um sussurro, baixa, de fundo...
mas seu poder constante rege a própria existência...

E como a força interior de uma flor,
que sempre a faz brotar e crescer, mesmo na fragilidade (salve Jandira)
assim o Universo mantém sua existência com todo Poder e Força, sem violência gratuita,
mas com força incomensurável, fazendo desaparecer da existência para todo o sempre tudo o que não faz mais sentido,

e parece que na física mesmo até os prótons tem meia vida, uma gigantesca meia vida, mas que na eternidade faz tudo se silenciar novamente um dia, para sabe-se lá quando e como tudo se recriar.

E quem garante que não há outro Big Bang em andamento em algum lugar qualquer?
Como saberemos se a nossa vida é a vida dos vivos ou a vida dos mortos?
Como sabemos que não estamos sonhando, e que esse sonho que vivemos é a realidade?
E como sabemos que a realidade é mais real ainda quando vem de dentro?
E quando percebemos que todos temos realidades de dentro, que matam e realizam e fazem sofrer infinitas vezes mais do que a realidade de nossa nave azul?

Eis que nada sabemos sobre a vida,
nem sobre a morte,
e o que fica é o presente,
o tempo todo,
escolhendo conscientemente a paz,
a felicidade,
e deixando o mundo pra trás,
os cães ladram e a caravana passa,
sempre,
e os dias ficam pra trás,
e em sua sequência praticamente infinita a sucessão deles parecem fazer todos iguais,
mas eis que nunca se repetem, e sorte dos que percebem...

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