12 março 2010

Iguais mas tão diferentes...



A humanidade não sabe pra onde está indo,
mas sabemos que não é o lugar aonde queremos estar...
Parece que algo está errado...

Trabalhamos para ficarmos mais em paz, e a paz não vem. Não vem porque a humanidade vive amontoada junta, e enquanto uma parte dessa coletividade for infeliz, ignorante, oprimida e esquecida, nenhuma parte dela será saudável.

Em nossa estupidez para sermos aceitos, esquecemos de ser felizes.

Em nosso mundo com 7 bilhões de pessoas, a realidade é somente essa montoeira de gente e sua interação com o planeta e seus seres, e com o Universo.

A base de qualquer coisa real são essas pessoas. Pessoas que trabalham porque acreditam que podem fazer alguma coisa, construir algo, servir de alguma maneira. São pessoas muitas vezes esquecidas pelo mundo, pela mídia, pelos vizinhos, e muitas vezes pela própria família. Enfim, essas pessoas tem vidas duras, porque nossa realidade é dura.

E no nosso trabalho, que visa justamente deixar essa realidade mais simples (pois podemos servir outros e sermos servidos, em constante troca, aonde em cada momento cada qual faz sua parte para que o todo que conhecemos se torne possível) encontramos muitas vezes justamente o maior obstáculo da nossa vida. Isso quando o obstáculo não é o próprio fato de conseguirmos um trabalho...

E quando o obstáculo não é o fato de que algum perdido, que não é capaz de trabalhar, covardemente rouba algo de alguém que, independente do fato de gostar ou não de trabalhar, está lá, todo dia oferecendo algo para poder receber seu salário.

O fato não é sobre o dinheiro.
O fato é sobre SERVIR ou SER SERVIDO.

Quem gosta demais de ser servido, acha que é melhor que os outros, ou acha ao menos que deveria ser. Ao invés de realmente se superar e fazer de si mesmo algo melhor, acaba utilizando toda a energia e inteligência para obter de outros aquilo que não consegue (ou como diria em desculpa que não quer) fazer.

O ladrão deriva em casos extremos, de uma necessidade. Mas na realidade, a grande maioria dos ladrões e homicidas que vemos serem presos são parte de uma revolta interna derivada ou de muita ruindade e verdadeira maldade, ou de uma ignorância das causas da vida devido a uma constante manipulação mental e venda de valores e bens de consumo que nunca poderão ser obtidos por pessoas que tem suas vidas em posição desprivilegiada: a grande e maciça base da pirâmide.

O vampiro que suga o sangue de suas vítimas. Incapaz de obter alimento sem prejudicar, representa o fatídico ato de matar para obter algo que necessita, mesmo que momentaneamente. O homicida é um vampiro feito.

Além de lidar com as bestas (digo bestas no sentido de toda a maldade mesmo, gente com o coração ruim, gente com a cabeça maltratada) temos que lidar com nossas bestas internas, nossa preguiça ou falta de vontade de ir trabalhar, nossa tristeza, nossa raiva, a tão injuriante injustiça que atiça os mais rebeldes e os mais tristes sentimentos, nossa perda de visão de nós mesmos e da vida, nossa aceitação, alimentação, contas e mais contas, nosso controle do consumo, enfim ...

E até ocorre com alguns que não lidam simplesmente com suas bestas internas. Deixam estas correrem soltas pelo mundo, até a exaustão ou auto-aniquilação... e pra piorar, além de acabarem com as próprias vidas, ainda chegam a incomodar os que amam e até aos que não amam e nem conhecem.

Não há razão para sermos uma humanidade assim, mas os projetos humanos estão todos voltados para o amadurecimento disso que vemos. Dos portos, dos aeroportos, das rodoviárias, das estradas, das maneiras de arrecadar dinheiro, do petróleo e de seu consumo (estamos todos numa civilização de 7 bilhões de pessoas que obteve seu auge e conseguiu se expandir tão rapidamente graças a energia abundante que encontrou em um combustível fóssil que estará esgotado em 200 anos... Como continuará a civilização sem essa energia extra? Não se sabe, nem se preocupam, nem querem saber...)

A vida, processo tão absurdamente mágico, para não dizer miraculoso, é uma coisa tão comum e abundante em nosso planeta azul que virou banal. Só porque encontramos um ser humano em cada pedaço de terra deste planeta, parece-nos que a vida é uma coisa comum e banal...

Esquecemos que para os materialistas, justamente os que mais acreditam que a vida surgiu ao acaso, que a ciência material não consegue achar vida em outro planeta. Colocando nesta teoria material as chances de obter vida a partir da combinação das quatro bases que compõe o DNA são quase nulas. São entre centenas de milhares e bilhões de lestras dependendo da espécie. Estatisticamente, é praticamente impossível existir vida. Vida complexa então, está fora de cogitação.

Mas ela existe. E eu e você somos provas disso.

Talvez exista somente vida em todo o Universo, e a vida talvez seja a coisa mais abundante de todas, visto que um átomo pode depender de uma força vital para existir. Um planeta pode depender de forças vitais para existir. Derrepente, podem existir vários e vários níveis de vida...

E a nossa vida material, banalizada pelos jornais, pelos portais da Internet, pelas conversas de grande parte dos nossos, pode ser somente mais um caminho dentre tantos, para que tomemos consciência do que realmente somos. E não tem como eu saber o que você é...

Portando, temos cada um de nós que olhar pra dentro,
e ver o que temos de bom e de ruim,
o que queremos do mundo,
e o que queremos oferecer ao mundo...
Tendo certeza que quanto menos precisarmos para sermos felizes,
mais leve a mochila da vida fica.
Tendo certeza que quanto mais pouco pudermos oferecer (não aos ladrões, vampiros e homicidas, nem aos meros sangue-sugas... não àqueles que procuram os prazeres de todos os tipos do mundo num ciclo sem fim, mas àqueles que procuram a verdade sobre si) mais ainda teremos pra dar.

Permanecendo invisíveis ao sistema,
não precisamos discutir política,
nem religião,
para chegarmos ao centro da questão:
a transformação é de um por um. O trabalho é lento, e individual. Nenhuma carga sobra para aqueles que ajudam os outros nesse caminho, pois simplesmente não podemos carregar nada que não seja nosso... Nossas vidas não ficam mais pesadas, porque a carga somada de muitos pode acabar dividida e assim ser leve, como ainda não conhecemos.

Sei de uma coisa:

Quatro dias em Superagui me fizeram lembrar de algo que o dia a dia tinha me feito esquecer...

O Universo está aí brilhando toda noite...
O planeta está faz 3,5 bilhões de anos (de acordo com cálculos humanos) com vida...
Quem vai morrer neste planeta agonizante somos nós.
Somente e tão somente nós mesmos.
Perdidos com nossos erros e nossas maldades,
com nossos pensamentos viciados que não nos levam a lugar algum,
com nossos dias de óleo e de água contados (tomando e sujando de nossos próprios filhos e descendentes, que indecente...)
O planeta há de sobreviver...

Quem está matando a humanidade é ela mesma. Não será o planeta que vai nos matar: nós é que estamos nos matando.

E para tão triste fim (que pode agonizar por alguns milhares de anos ainda) de tão triste humanidade, nada melhor que podermos vez por outra fazer alguém rir, estar mais leve, ser mais em paz consigo. Não há preço pra se apagar tão ferventes brasas de um mundo em chamas... Panos quentes hão de faltar aos montes, e em todos os lugares...

Em meio a tudo isso a única ode à vida permanece viva em toda a criação e nos homens...

*O amor por si e pelos outros.*

...

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