22 março 2010
É a Vida
Levar a vida,
como podemos,
que escolha temos?
Ser quem somos,
ter o que temos,
que mais podemos?
Muitos querem aprovação,
mas não há porque.
Qual a necessidade de ser aprovado por uma maioria,
de uma sociedade claramente doentia?
Nossas virtudes fazemos delas brilhantes e vistosas,
e nossos vícios e defeitos ocultamos sorrateiramente,
e assim, lidamos com nossas fraquezas da maneira mais sofrida que há,
jogando pra camadas cada vez mais profundas do subconsciente as coisas que não sabemos lidar.
Não adianta se apegar,
tem que se entregar à vida mesmo.
Não adianta querer do jeito que era pra ser,
tem que se entregar pra vida mesmo.
Nem pra pensar muito o tempo há,
é fazer e ver que bicho dá.
às vezes precisamos de silêncio,
e na maior parte das vezes que precisamos de silêncio não é pra podermos pensar,
mas pra podermos deixar nossa cabeça pensando por si, até que esgote as coisas que estão soterradas e o movimento de idéias acalme e cesse, e as idéias de nossa mente já serão diferentes... e depois recomeçar a absorver mais impulsos de nossas paranóicas modernas vidas.
Mas com um espaço infinito,
e estrelas que nem podemos contar,
como posso eu saber o que no mundo há?
... nossa ignorância é um canto sem luz, mas com muito espaço por preencher ...
Nossa vida é um padrão,
de nossa própria criação...
17 março 2010
Óleo é Água
Nossa civilização atingiu um auge de desenvolvimento por duas razões bem simples:
- Temos energia pra caramba à disposição (energia armazenada em combustíveis fósseis através de eras e mais eras, durante dezenas a centenas de milhões de anos) e que está sendo queimada e utilizada em ritmo frenético.
- Temos matéria prima disponível, pois estamos saqueando os ossos do planeta, extraindo muito de tudo.
Uma caneta só custa R$1,00 porque não incluímos nela o preço do que causamos no planeta. Nem da devastação causada pela obtenção das matérias primas e fabricação, nem do material utilizado e da água.
Nossa população somente atingiu o nível de 6,8 bilhões de pessoas (e crescendo) porque temos energia suficiente (e outros compostos derivados de petróleo como plásticos, tintas, fertilizantes, solventes entre milhares de outros) para manter isso. Mas esse óleo está para acabar antes do que imaginamos, sendo que já passamos do pico. Isso significa que nunca mais conseguiremos produzir tanto quanto antes (estima-se que possa produzir entre 90 e 100 milhões de barris por dia no máximo, e nosso consumo atual é de 85 milhões de barris por dia), exceto que poderemos abrir mais e mais poços (que utilizam a mesma jazida) e que apenas farão com que sequem mais depressa. Isso causa uma falsa impressão de que a produção aumentou, mas na realidade o que acontece é uma desenfreada corrida pelo saque dessas reservas, com cada vez mais canudinhos sugando óleo da terra e cada canudinho conseguindo cada vez menos. (Se puder, veja o documentário Colapso )
Estão até tirando petróleo de areia! Você já ouviu falar das areias betuminosas do Canadá? Se não ouviu, vai ouvir, porque é pra lá que está migrando muito do dinheiro do óleo, para devastar um pouco mais a região (fotos: national geographic) e poluir mais um pouco o planeta para extrair o que sobra desse óleo, utilizado pela humanidade como o próprio sangue do capeta! (não que eu acredite nele, mas nós humanos o fizemos de carne e osso)
MAS...
e quando esse óleo repleto de matérias primas plásticas e energia começar a se esgotar? Migraremos para o gás, que deve se esgotar um pouco depois? Ou para o carvão? Quanto vai custar um litro de gasolina (ou um quilo de carvão?) E quanto vai custar um litro de água potável? E um quilo de comida?
E depois de queimar isso tudo de óleo e carvão -estamos falando de centenas de milhões de anos de absorção de carbono e detritos jogados de uma só vez- , nossa água e nosso ar, como ficarão?
E nosso planeta como ficará depois de tantos saques a suas entranhas?
Mas, os noticiários não falam disso. Não querem que pensemos o que ocorrerá conosco, simplesmente porque não sabem o que oferecer! Os mesmos poderosos que governam a Terra (e que sabem muito bem a situação em que nos encontramos), que barram o desenvolvimento da energia limpa (pois seus lucros no saque de óleo são muito maiores e exigem menos trabalho), e que coordenam a impressão do dinheiro sem lastro que utilizamos (um dinheiro conseguido a fiado pelos governos) não sabem o que podem oferecer para o povo, porque eles não querem OFERECER NADA, eles querem OBTER, RECEBER. Até o último minuto possível!
E como diria O Profeta , de Khalil Gibran, mesmo que o fruto se dê sem nada pedir porque é sua natureza, assim como da raiz de tomar porque é a sua natureza, e que o fruto não possa existir e se dar não fosse a raiz receber, o que acontece conosco não é que não devamos utilizar o mundo, mas é que desequilibramos completamente nossa relação com ele e consequentemente com nós mesmos. Assim, recebemos muito mais do que precisamos. Tomamos do mundo com exagero, como se não fosse acabar mais, e sabe o que? Vai ser coisa de no máximo algumas décadas até começar a acabar... Porque usamos com exagero. Porque temos mais do que precisamos...
Os estadunidenses então, nem se fala... Consomem mais óleo (e consequente a água que é usada pra produzir praticamente tudo a níveis absurdos) que todo mundo...
Um americano consome 25 de barris de petróleo (3 977 litros) por ano.
Um alemão consome 10,6 barris de petróleo (1 685 litros) por ano.
Um brasileiro consome 4,2 barris de petróleo por ano (669 litros).
Um chinês consome 2,1 barris de petróleo por ano (347 litros).
Um indiano consome 0,9 barris de petróleo por ano (145 litros).
Nosso estilo de vida baseado em consumo está em seus dias de glória. E claro! Ninguém vai querer estragar esses dias de glória avisando o mundo que o consumo está pra entrar em colapso! Vamos colocar no noticiário coisas cotidianas e banais, nada de muito real, vamos mexer com a fantasia, com os medos, com as histórias bizarras! Vamos utilizar tudo isso pra criar na mente da população uma grande ilusão coletiva de que o mundo segue seu rumo como sempre! E claro que segue, porque não temos como fazer diferente, mas teríamos que estar nos preparando desde já se pudéssemos saber o que nos espera de verdade.
E assim, os número de quanto cada pessoa exige do mundo permanecem ocultos, bem como o tanto de óleo que resta, e a água, tão preciosa água para nossa espécie!
Os números da verdade continuam ocultos...
E a vida segue seu rumo...
Como diria Michael Ruppert , quando as coisas começarem a ruir, a gente não precisará correr mais rápido que o dragão que consome nosso sistema. Quando um urso invade um acampamento, não se precisa correr mais rápido que o urso, mas somente correr mais que o último campista...
16 março 2010
12 março 2010
Iguais mas tão diferentes...
A humanidade não sabe pra onde está indo,
mas sabemos que não é o lugar aonde queremos estar...
Parece que algo está errado...
Trabalhamos para ficarmos mais em paz, e a paz não vem. Não vem porque a humanidade vive amontoada junta, e enquanto uma parte dessa coletividade for infeliz, ignorante, oprimida e esquecida, nenhuma parte dela será saudável.
Em nossa estupidez para sermos aceitos, esquecemos de ser felizes.
Em nosso mundo com 7 bilhões de pessoas, a realidade é somente essa montoeira de gente e sua interação com o planeta e seus seres, e com o Universo.
A base de qualquer coisa real são essas pessoas. Pessoas que trabalham porque acreditam que podem fazer alguma coisa, construir algo, servir de alguma maneira. São pessoas muitas vezes esquecidas pelo mundo, pela mídia, pelos vizinhos, e muitas vezes pela própria família. Enfim, essas pessoas tem vidas duras, porque nossa realidade é dura.
E no nosso trabalho, que visa justamente deixar essa realidade mais simples (pois podemos servir outros e sermos servidos, em constante troca, aonde em cada momento cada qual faz sua parte para que o todo que conhecemos se torne possível) encontramos muitas vezes justamente o maior obstáculo da nossa vida. Isso quando o obstáculo não é o próprio fato de conseguirmos um trabalho...
E quando o obstáculo não é o fato de que algum perdido, que não é capaz de trabalhar, covardemente rouba algo de alguém que, independente do fato de gostar ou não de trabalhar, está lá, todo dia oferecendo algo para poder receber seu salário.
O fato não é sobre o dinheiro.
O fato é sobre SERVIR ou SER SERVIDO.
Quem gosta demais de ser servido, acha que é melhor que os outros, ou acha ao menos que deveria ser. Ao invés de realmente se superar e fazer de si mesmo algo melhor, acaba utilizando toda a energia e inteligência para obter de outros aquilo que não consegue (ou como diria em desculpa que não quer) fazer.
O ladrão deriva em casos extremos, de uma necessidade. Mas na realidade, a grande maioria dos ladrões e homicidas que vemos serem presos são parte de uma revolta interna derivada ou de muita ruindade e verdadeira maldade, ou de uma ignorância das causas da vida devido a uma constante manipulação mental e venda de valores e bens de consumo que nunca poderão ser obtidos por pessoas que tem suas vidas em posição desprivilegiada: a grande e maciça base da pirâmide.
O vampiro que suga o sangue de suas vítimas. Incapaz de obter alimento sem prejudicar, representa o fatídico ato de matar para obter algo que necessita, mesmo que momentaneamente. O homicida é um vampiro feito.
Além de lidar com as bestas (digo bestas no sentido de toda a maldade mesmo, gente com o coração ruim, gente com a cabeça maltratada) temos que lidar com nossas bestas internas, nossa preguiça ou falta de vontade de ir trabalhar, nossa tristeza, nossa raiva, a tão injuriante injustiça que atiça os mais rebeldes e os mais tristes sentimentos, nossa perda de visão de nós mesmos e da vida, nossa aceitação, alimentação, contas e mais contas, nosso controle do consumo, enfim ...
E até ocorre com alguns que não lidam simplesmente com suas bestas internas. Deixam estas correrem soltas pelo mundo, até a exaustão ou auto-aniquilação... e pra piorar, além de acabarem com as próprias vidas, ainda chegam a incomodar os que amam e até aos que não amam e nem conhecem.
Não há razão para sermos uma humanidade assim, mas os projetos humanos estão todos voltados para o amadurecimento disso que vemos. Dos portos, dos aeroportos, das rodoviárias, das estradas, das maneiras de arrecadar dinheiro, do petróleo e de seu consumo (estamos todos numa civilização de 7 bilhões de pessoas que obteve seu auge e conseguiu se expandir tão rapidamente graças a energia abundante que encontrou em um combustível fóssil que estará esgotado em 200 anos... Como continuará a civilização sem essa energia extra? Não se sabe, nem se preocupam, nem querem saber...)
A vida, processo tão absurdamente mágico, para não dizer miraculoso, é uma coisa tão comum e abundante em nosso planeta azul que virou banal. Só porque encontramos um ser humano em cada pedaço de terra deste planeta, parece-nos que a vida é uma coisa comum e banal...
Esquecemos que para os materialistas, justamente os que mais acreditam que a vida surgiu ao acaso, que a ciência material não consegue achar vida em outro planeta. Colocando nesta teoria material as chances de obter vida a partir da combinação das quatro bases que compõe o DNA são quase nulas. São entre centenas de milhares e bilhões de lestras dependendo da espécie. Estatisticamente, é praticamente impossível existir vida. Vida complexa então, está fora de cogitação.
Mas ela existe. E eu e você somos provas disso.
Talvez exista somente vida em todo o Universo, e a vida talvez seja a coisa mais abundante de todas, visto que um átomo pode depender de uma força vital para existir. Um planeta pode depender de forças vitais para existir. Derrepente, podem existir vários e vários níveis de vida...
E a nossa vida material, banalizada pelos jornais, pelos portais da Internet, pelas conversas de grande parte dos nossos, pode ser somente mais um caminho dentre tantos, para que tomemos consciência do que realmente somos. E não tem como eu saber o que você é...
Portando, temos cada um de nós que olhar pra dentro,
e ver o que temos de bom e de ruim,
o que queremos do mundo,
e o que queremos oferecer ao mundo...
Tendo certeza que quanto menos precisarmos para sermos felizes,
mais leve a mochila da vida fica.
Tendo certeza que quanto mais pouco pudermos oferecer (não aos ladrões, vampiros e homicidas, nem aos meros sangue-sugas... não àqueles que procuram os prazeres de todos os tipos do mundo num ciclo sem fim, mas àqueles que procuram a verdade sobre si) mais ainda teremos pra dar.
Permanecendo invisíveis ao sistema,
não precisamos discutir política,
nem religião,
para chegarmos ao centro da questão:
a transformação é de um por um. O trabalho é lento, e individual. Nenhuma carga sobra para aqueles que ajudam os outros nesse caminho, pois simplesmente não podemos carregar nada que não seja nosso... Nossas vidas não ficam mais pesadas, porque a carga somada de muitos pode acabar dividida e assim ser leve, como ainda não conhecemos.
Sei de uma coisa:
Quatro dias em Superagui me fizeram lembrar de algo que o dia a dia tinha me feito esquecer...
O Universo está aí brilhando toda noite...
O planeta está faz 3,5 bilhões de anos (de acordo com cálculos humanos) com vida...
Quem vai morrer neste planeta agonizante somos nós.
Somente e tão somente nós mesmos.
Perdidos com nossos erros e nossas maldades,
com nossos pensamentos viciados que não nos levam a lugar algum,
com nossos dias de óleo e de água contados (tomando e sujando de nossos próprios filhos e descendentes, que indecente...)
O planeta há de sobreviver...
Quem está matando a humanidade é ela mesma. Não será o planeta que vai nos matar: nós é que estamos nos matando.
E para tão triste fim (que pode agonizar por alguns milhares de anos ainda) de tão triste humanidade, nada melhor que podermos vez por outra fazer alguém rir, estar mais leve, ser mais em paz consigo. Não há preço pra se apagar tão ferventes brasas de um mundo em chamas... Panos quentes hão de faltar aos montes, e em todos os lugares...
Em meio a tudo isso a única ode à vida permanece viva em toda a criação e nos homens...
*O amor por si e pelos outros.*
...
04 março 2010
re eterno retorno
As coisas da vida...
não querer incomodar os outros,
pra não ser incomodado...
e vez por outra por causa disso se ver contrariado.
ah, uma pancadaria, que feio...
ficar longe do blog,
longe de escrever,
muito trampo, sabe como é...
deixa a gente meio burro, com a mente turva,
ter que usar o fosfato em prol do progresso,
humano progresso...
o que fica?
cruel a vida...
pior a dos outros...
(Ainda acredito que viemos pra sermos felizes, mas que distância toma a humanidade da própria felicidade. Mais longe que o próprio sol.)
não querer incomodar os outros,
pra não ser incomodado...
e vez por outra por causa disso se ver contrariado.
ah, uma pancadaria, que feio...
ficar longe do blog,
longe de escrever,
muito trampo, sabe como é...
deixa a gente meio burro, com a mente turva,
ter que usar o fosfato em prol do progresso,
humano progresso...
o que fica?
cruel a vida...
pior a dos outros...
(Ainda acredito que viemos pra sermos felizes, mas que distância toma a humanidade da própria felicidade. Mais longe que o próprio sol.)
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