23 abril 2009
In Dividuo Em Divisão
Indivíduo, o indivisível, virou In Dividuo, o em divisão.
O homem, em sua luta pelo progresso, primeiro saiu da sua união com a Natureza e com o Universo.
Em seguida, rompeu com sua própria espécie, declarando inimigos entre os seus, e lutando contra seus próprios irmãos, no sentido biológico até.
Obviamente nunca encontrando paz em sua jornada, continuou buscando a paz pelo mundo. Em mais terras, em terras mais bonitas, em mais comida, em comida mais gostosa, em mais sexo, em sexo mais vazio, e em nada disso conseguiu encontrar paz maior do que o próprio tempo que se leva para "saborear" tais prazeres...
E continuou a peregrinar pelo mundo, criando seus filhos em sua própria mentalidade de dominar tudo: de que é Seu, do Homem, por direito, possuir a natureza. Mentira das mais óbvias e evidentes, já que a Natureza destrói quantos homens quiser. E o homem ao destruir a natureza destrói a si junto. Não tem como competir. Nós dependemos dela. Ela não depende de nós.
E caminhando pelo mundo ensinou a seus filhos que o mundo era deles. E ensinando a seus filhos, esses ensinaram aos seus, e assim, depois de tantas gerações, existiam muitas e muitas famílias que acreditavam que o mundo era seu. E desse seu mundo fizeram o que quiseram, e cá estamos.
Hoje nada muda. Vivemos entristecidos e deprimidos em uma sociedade que é uma máquina, máquina essa que nós mesmos construímos sem a preocupação de ajustá-la de acordo com regras justas e Universais, como o equilíbrio.
E a máquina agora funciona por si só, sugando almas e mentes para seu funcionamento, fazendo crer que esse trabalho resolve o problema. E resolve: resolve UM problema daquele que está trabalhando, que é $$. Mas nesse sistema, pensemos: se todos vivemos em um mundo único, e estamos todos juntos, poderíamos fazer com que tudo ficasse melhor uns pros outros, em coisas simples, em menos posses, em menos ganância. O que vemos apesar disso é o inverso: um ser que se degenera cada vez mais em seu poder sobre o meio.
Tirando petróleo contamina a água,
mas o óleo vale ouro.
Eu mesmo me vejo tão imerso em coisas que criei pra mim que pouco tempo tenho pra ver o mundo sem olhos presos, sem olhos turvos. Mas quando vejo me assusto de minha própria cegueira. Me assusto com meu mal, com minha ignorância, com minha espectativa de Poder e Ser que nada mais é que mais uma construção humana decaindo.
E agora, depois de tanto tempo acreditando na divisão, o homem chega na barreira final: mantando a si mesmo aos milhares, o mais triste nível atingido de divisão: a divisão de si mesmo. Suicídio, guerras, síndrome bipolar de humor (maníaco-depressão), risadas demasiadas vazias com um coração triste e só... Parece que o próprio homem agora crê que sua salvação está na própria destruição de sua espécie.
E chegando aqui, só temos uma saída, e ela não fica pra frente, nem pra trás, nem pra esquerda, nem pra direita, pois criamos um beco sem saída alguma.
A saída fica pra cima, em outro modelo, em outra realidade, em outro nível existencial, de consciência, de vida e de tudo.
Pouco tempo nos resta,
pouca vida nos resta,
no meio de muitos bens,
poucas benesses...
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