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Faz alguns dias comecei a ficar meio entristecido. Gastei demais comprando algo que não precisava: um MacBook (o note da apple). Pensando no ano todo que ficarei pagando não consegui curtir completamente o brinquedo. Parece que o tesão, a alegria que me dava quando conseguia um brinquedo novo (e eu curto muito brinquedos tecnológicos) desapareceu.
Busquei a causa disso por uns dias... eu estava distante da Terra... Distante assim ao ponto de fazer as coisas do dia a dia e nem perceber, quase um piloto automático, algo que só entende quem sabe do que falo...
Outra coisa, sabe que eu tenho o hábito de sempre guardar o troco das coisas e colocar no cinzeiro do carro? Assim, o troco de tudo fica pra dar a moeda pro tio que cuida do carro, pra comprar bala no sinaleiro, essas coisas. Hoje eu tinha duas moedas de cinquenta centavos...
Bom, deixei o carro estacionado perto do HC e fui fazer a manutenção na máquina. Tira mala de ferramentas, o tio pede pra cuidar do carro, tudo como no dia a dia. Eu de cara amarrada, pensando o que aconteceu comigo?
Fui, a máquina funciona, conserto ok, volto pro carro.
O tio vai me ajudar a colocar a mala de ferramentas no porta-malas. Eu aviso: "ih, tio, cuidado que é pesada!!", ele ajuda mesmo assim.
Aí falo pra ele pra ele esperar que tenho que pegar o dindin no cofre (leia-se no cinzeiro, no caso, um extremamente bem colocado porta-moedas).
Tiro uma das moedas pra dar pra ele (pois vai que preciso parar o carro em outro guardador, só tinha duas moedas) e falo que não posso deixar muito pra ele.
Em um segundo veio tudo, a lição do dia, a resposta pra minha pergunta, a clareza, a visão, o insight...
O tio só me disse: "com Deus tudo é muito!"
O tio ainda não sabe o tanto de coisas que derivaram dessa frase dele. Claro!! As vezes que comprei os brinquedos eletrônicos visando algo mais infantil, mais inocente, Ele estava presente no próprio desejo, independente do nome que se dê. Mas dessa vez, parece que eu busquei algo pela parte material, pelo treinamento que me ofereceria, pela parte profissional, sem aquele "tchans" de criança com brinquedo novo. Dessa vez eu tinha feito sozinho, não tinha Deus (ou o nome que queira dar a essa energia que torna tudo sagrado) na escolha.
Caiu a ficha (se eu tivesse que colocar moeda tinha ficado sem nenhuma)
Caiu a ficha de novo.
E mais uma.
E foram caindo fichas, uma atrás da outra. Sobre a minha energia, sobre minhas opções, sobre o meu caminho, o que quero da vida, quem Sou e o que faço no planeta.
Profundo, profundo, e ainda não acabou...
as fichas continuam caindo.
Tomara que eu encontre o tio no futuro pra falar pra ele como foi bom ouvir a frase dele. Acho que o elogio simples não expande ego, ainda mais de alguém simples com uma sabedoria tão expontânea, nos pequenos gestos, na cordialidade, nas frases simples.
Uma pessoa linda o tio.
E me ajudou a ver o que eu preciso:
preciso é fazer a diferença, preciso é acordar pro mundo! tem gente passando fome! tem gente sendo oprimida!! Países que não se entendem, burocracia atrás de burocracia, de um lado da fronteira a riqueza, a opulência, de outro a escassez e a fome.
Preciso é cuidar disso.
Preciso é pensar diferente. Não de um Mac.