08 julho 2007

It Is Not Tv!! (Reality)


O que me deixa mais indignado não são as notícias estúpidas e repetitivas do jornal, mostrando um mundo que em pouco não existirá. O que me deixa puto não é a nossa conivência com o poder covarde e corrupto, com a hipocrisia e com a covardia que governam nosso país e nosso mundo. O que me deixa puto é sair em um domingo de sol, andar menos de dez quilômetros e, na beira de uma estrada (um passeio no domingo de sol sempre faz bem pra alma!!) virar em uma ruazinha de terra (pra ter um pouco mais de natureza e diversão) e ver que centenas de pessoas moram à margem não só da sociedade, mas de estradas, mas de morros, mas de lugares que até motorizado são difíceis de subir.

São seres humanos morando e vivendo em condições absurdas, e não porque temos nossa casa e nosso carro, não pela classe média, nem pela classe baixa, mas pela estupidez do enriquecimento além da média de qualquer classe, país ou lugar. A desigualdade, ridícula, faz com que milhões estejam nas mãos de políticos (os bilhões do Bill Gates são mais limpos e mais justos que qualquer milhão sujo do senado ou congresso)...

O que me deixa puto é eu agradecer à noite pelo que eu tenho, por ter um quarto grande, banho quente, um carro pra andar, computador e internet, instrumentos musicais, e ver que desse agradecimento falta muito pra mudar a realidade daqueles que moram em cinco em uma casa menor que meu quarto...

Que gastam por mês com a família menos do que eu gasto em transporte...
Que eu não ajudo porque não sei como fazer mais...

Fico puto comigo, indignado com os filhos da puta com poder e respostas que não fazem nada, fico indignado com a humanidade que ainda sustenta um mundo e um plano tão ridículos, aonde o status e estabilidade significam sucesso.

Curitiba, capital ecológica, um milhão de veículos, poucas ciclovias.
Curitiba, capital ecológica, uma pessoa por carro, ônibus lotados.

Brasil, o país do futuro. Do futuro dos filhos daqueles que se corrompem por dinheiro, muito dinheiro, pouco dinheiro, mas certamente que não pagam o sofrimento dos que morrem nas filas de hospitais, certamente não pagam o sofrimento daqueles que por terem pouco se sentem impotentes perante a vida.

Daqueles que não podem fazer nada pelos que amam, porque a estrutura que devia protegê-los os oprime e reduz...

Hoje além do agradecimento eu tenho um pedido...
Que eu possa ter coragem e força de abrir mão da segurança pelo poder de mudar vidas.

Mudar vidas é o que me faz feliz...

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