06 agosto 2006

Caminhando Por La Calle


Tanta coisa boa... tanta gente boa... Acho que preciso parar de pensar o que posso conseguir no mundo. Preciso é saber o que posso oferecer para o mundo. O que posso deixar aqui. As condições de viver já tenho. Tenho comida. Tenho teto. Pra que ser bem sucedido para uma sociedade que acha bonito ser feio? Não há porque. Não há porque servir mais a um mundo de exploração. Mas existem pessoas boas, pessoas legais, pessoas que sofrem e que buscam fervorosamente uma luz, um caminho, uma opção.

E a única opção é desapegar. Largar o mundo que fica. O mundo das guerras e ódio, que é o que vende mais jornais. Deixar ele ir embora. Viveremos entre ele, mas ele não será mais nosso, nem nós seremos dele. Assim, interagiremos enfim juntos, e quem sabe poderemos tornar a realidade, mesmo que para poucos, mesmo que só um pouco melhor.

E poderemos celebrar nossa vida, porque a cada passo que damos em direção à vida, é um passo a mais. Ou como diria o Chico Science, um passo à frente e já não está mais no mesmo lugar. E é um passo que dita o rumo. Os outros se seguem (obrigado pelos ensinamentos, meus queridos amigos e mentores siderais).

A opção é vivermos em nossas mentes, sermos crianças, sermos nós mesmos.
Pra que mais auto estima? Pra que ser reconhecido? Pra que ser bajulado? Em um mundo aonde a covardia é vista como virtude, aonde o roubo é esperteza, aonde a maldade é vista como força, aonde a paciência é vista como fraqueza, em um mundo assim pra que ser reconhecido e bajulado? Só pra nos provar que estamos no caminho errado, talvez... Afinal, como pode alguém que vive suas próprias leis e preceitos, de acordo com o desejo do Universo, ser reconhecido ou amado por um mundo aonde ele representa uma ameaça ao poder, ao sistema, a algumas próprias instituições religiosas?

Não, não é pra isso que estamos aqui. Não é pra sugar tudo. Não nós não estamos num piquenique. Nem numa prisão. Nos estamos numa nave muito sensível e viva que passa por momentos de extrema complexidade e perigo. E estamos vivos ainda. E quem sabe um dia eu escreva uma canção pra você... Quem sabe um dia eu escreva uma canção pra você...

Precisamos apenas tornar as coisas mais fáceis, mais simples, mais verdadeiras, mais estáveis, mais inteligentes, mais amorosas, mais poderosas. E somos nós. Nós que fazemos o mundo. Percebe? Nós somos o mundo. Nem o mundo é nosso, nem nós somos dele (mas somos mais do mundo do que ele é nosso... quem vai saber bem disso serão nossos corpos, que tanto acharam que o mundo era nosso, sendo devorados por esse mesmo mundo gerando mais vida... que belo, não?!) mas nós somos o próprio mundo.

E assim, devagar assim, passo a passo enfim, tristezas e alegrias então, levam a um dia após o outro. E dia sim, dia não, dia enfim, dia então, estamos fluindo como a própria corrente da vida. E percebemos que não vamos levar nada daqui senão o que deixarmos. Paradoxal, né? O que levamos é o que deixamos, e assim que é.

Um beijo para todos, e que eu possa estar mais forte amanhã, para poder fazer mais, querer menos, poder mais, e usar menos, porque confesso... viver nunca foi tão divertido, mesmo no aprendizado doído, quando um fluxo de consciência me faz perceber que o que não mata fortalece. E quem sabe o que vem depois da morte? Talvez até mesmo o que mata fortalece... Pois bem, chega de devaneios! Meu coração dorme feliz porque conseguiu chorar suas tristezas essa noite. E perceber como somos felizes. Mesmo os que ainda não sabemos...

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