20 maio 2005

Solidão


Tudo pode se passar em uma cidade, em uma ilha, em qualquer lugar que tenha vida. Estamos num planeta vivo. Vida é o que não falta.
Mas o que é a vida? Apenas existir como as bactérias é vida? Biologicamente, sim. Mas a humanidade descobriu outro sentido na sua vida. Ou melhor, alguns descobriram um sentido na vida, outros acham que não há o menor sentido em se viver.

Nos lugares com mais pessoas as coisas tendem a acontecer mais rapidamente. As experiências estão, hoje em dia, virtualmente distantes, mas a possibilidade é imediata. Desde é claro que se tenha o dinheiro. Não vamos ainda entrar no mérito de que esta invenção que veio para ajudar vai acabar sendo a própria destruição da humanidade. Não, isso não vem ao caso agora.

Um exemplo do poder de materialização do dinheiro: se você tem carro. Você pode ir a uma loja de automóveis e sair com dinheiro na mão. Ir até o aeroporto e dormir em Paris. E isso fascina muito as pessoas. Algumas chegam a ficar cegas para a vida por amor demasiado ao dinheiro, mas também não entraremos neste mérito.

E as pessoas muitas vezes fazem isso e têm suas vidas sem sentido por estarem sozinhas. Mas não sozinhas como se não tivesse ninguém em volta. É pior, porque é como viver sozinho consigo mesmo, mesmo quando tem muita gente em volta. Algumas pessoas não podem contar com ninguém nas horas de dificuldade. E isso também faz elas quererem ter dinheiro para nunca serem humilhadas.

Algo no coração diz que a vontade de viver tem que ser uma escolha individual, e que só depois da escolha é que as coisas começam a acontecer. Algo estranho, mas que tem dado certo comigo. Os encontros que temos nas nossas vidas são determinantes, mas temos que estar dispostos a vive-los. Enquanto desviamos de todas as pessoas na vida, continuamos sozinhos.

Mesmo que morássemos em São Paulo.

Não faz muito tempo que descobri isso... Mas as pessoas mais inesperadas nos momentos inesperados são como oráculos que dão respostas claras a perguntas misteriosas, e deixam nossa mente calada por alguns segundos.E foi quando parei de me sentir sozinho comigo mesmo que comecei a gostar de ficar junto dos outros. Mas tudo tem um limite, claro. Eu não seria louco de me mudar pra São Paulo, isso não. Daí é gente demais. E eu tenho pavor de fila.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse é o meu texto predileto.... e ficou ainda mais legal com essas telas!
Lindo o novo "layout" do seu blog!!

Beijos
Andréa