08 agosto 2011

A Onda



Antigamente diziam que tudo que sobe tem que descer,
mas se você der muito tempo, às vezes muito tempo mesmo,
tudo que desce tem que subir também...

Numa onda do oceano isso acontece o tempo todo, mas em um longo período de tempo, podemos ver algumas poucas moléculas de água se separarem de seu oceano ou seu lago ou sua poça para subirem sozinhas até as nuvens, aonde encontrando outras solitárias gotículas de água das nuvens caíram, limpas novamente, e juntas, no mundo... e neste mesmo tão longo período de tempo podemos ver outras moléculas cruzarem o oceano e darem a volta inteira pelo mundo, em milhares de anos de peregrinação marítma a grandes profundidades, sem jamais chegar perto da superfície... e são a mesma substância.

As nossas células tão úteis aos nossos corpos,
quando nosso dia chegar e elas pararem de funcionar juntas como um todo, então começarão a se separar (apesar de constantemente parte de nossas células estarem se renovando, e as próprias células que não estão se renovando estarem renovando grande parte dos componentes interiores que as compõe, somente em um momento elas começam todas a se desmancharem juntas...)

e na nossa morte, como pecinhas de um lego que já se brincou bastante, nossos corpos vão se desmanchando para dar lugar a novas criações...



E a renovação e evolução fazem parte de uma corrente tanto quanto uma rede, aonde cada um toma uma porção do lugar do que estava à sua frente, que já está mais à frente e podemos puxar e ser puxados uns pelos outros acima ou abaixo, conforme nossas escolhas de quem são essas pessoas que andam conosco (e também conforme as escolhas dessas pessoas, se querem andar junto ou não, já que não agradaremos sempre...)

Mas o importante mesmo é sempre manter o foco, o objetivo. O objetivo é a leveza da vida, com certo controle, com um pouco de descontrole, e com muita entrega, pois as maiores descobertas acontecem nas pequenas (mas profundas) entregas.

Como um amigo meu, que recebeu um cartão de um jardineiro escrito à mão, colocado dentro de um envelope. Percebia-se o capricho (o envelope fechado na caixa de correio, sem carimbo nem selo, entregue lá mesmo) e o cartão com o nome e o telefone do jardineiro escritos à mão, com uma letra legível, em que dava pra ler até mesmo o sofrimento de quem estava lutando tanto pra conseguir um trabalho cortando grama. E o quintal da casa dele fica só na parte da frente e é beeem pequeno. Ficou pensando no trabalho e no gasto que tinha aquele homem para somente conseguir trabalho!



Então, teve uma idéia. Ao invés de pedir pra cortar a grama, coisa que ajudaria o senhor pouco ou nada (depois soube que o serviço custaria R$35,00), resolveu usar sua impressora pra fazer cartões mais profissionais para o jardineiro. Ligou pra ele e acertou a entrega de um lote, depois o segundo, e um belo dia, ao acordar no domingo, se deparou com o jardineiro dos cartões cortando a grama do seu vizinho! Depois do vizinho, antes de ir embora, claro que se ofereceu pra cortar a grama dele, que aceitou. Durante a jardinagem ficou sabendo da dura luta dele pela vida, e sob a sombra de pequenos cartões de visitas que saíram de sua impressora (e que foram toscamente recortados, como se fosse por uma criança, apesar de muito bonitos graficamente) descobriu o poder de uma atitude simples, que talvez tenha conectado ele, aquele jardineiro, e seu vizinho, de maneiras que talvez nunca acontecessem antes...

e o jardineiro emocionado falou sobre como essa pequena coisa o ajudou...

Um efeito borboleta em uma onda de vida...

Um comentário:

Um brasileiro disse...

ola. edtive aqui dando uma espiada. legal. apareça por la. abraços.