22 março 2011

Invisível e Permanente...



As propagandas tentam mostrar que está tudo bem,
as notícias tentam mostrar que está tudo ruim,
e quando conhecemos as pessoas com quem convivemos e vivemos,
entendemos que a vida é assim mesmo: preciosa, e implacável.

(Implacável: adj. Que não se pode aplacar, que é inexorável.
Cuja violência não se abranda. Que não perdoa.)

Minha realidade é tão diferente da realidade de tantos que me cercam!
E separada por tão poucos metros tantas vezes, e permanece lá intocada porque não conhecemos os outros... Os que vivem conosco e que também estão lá, com suas realidades tão invisíveis, mas tão poderosas e permanentes.

Quem está certo é o Pai Décio,
"A gente tem que fazer, fazer, fazer, fazer e fazer."

Essa é nossa missão,
esse é nosso objetivo,
e nosso norte não tem que ser medido em cifras, pois o que estamos fazendo com tudo isso é criar um mundo de opressão pra nós mesmos e nossos vizinhos, amigos e irmãos, que acabam envolvidos na selvageria da competição humana junto conosco por não sabermos realmente o que é importante. Nós, como humanidade, não soubemos colocar o carro atrás dos bois. Insistimos em desenvolver a tecnologia e em ter (e isso é muito bom pra mim que conserto máquinas, e agradeço porque tudo vai bem pra quem conserta máquinas, que são tantas!) mais itens, mais bens, mais coisas.

Mais preocupações, especialmente e em grande número as financeiras e de saúde.
Praticamente em toda casa se escuta alguma coisa sobre dinheiro e saúde...
E mesmo assim queremos presentes, queremos gastar no superficial, SABENDO que muitas vezes alguém perto não tem o essencial.

AGORA: A PERGUNTA!! E de quem é a culpa? A culpa da pobreza? Da desigualdade? Da miséria? Da violência? Dos homicídios, roubos e crimes?

Da mídia e dos grandes grupos de empresas, que ficam empurrando o consumo como diferença e exclusividade, excluindo muito mais pessoas do que as que realmente podem ter o "tal produto de tal tipo de pessoa"?

Da pessoa que não consegue trabalho nem emprego, que não estudou porque não teve oportunidade ou porque não quis?

Dos que são ruins de coração mesmo?

De todos nós? Da soma de todas as maldades das pessoas. (o nome dele é legião)

...
ou do nosso desejo de consumo?
da nossa vontade de ter mais do que precisamos?
ou queremos?
ou temos?

...
mas deixa eu voltar trabalhar, consertar umas máquinas e aprender sobre outras tantas. O mundo das máquinas não pode parar (enquanto tantos humanos procuram empregos por aí). E os robôs não param e trabalham à vontade. Desde que lhe dêem energia, graxa e uma babá (tensa) como eu.

11 março 2011

...

Perante o eterno e infinito, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia...

Uma Oração Por Nós

Querido Pai, de infinita misericória,

nestes dias tão tristes que vivemos como humanos,
separados que estamos de nós mesmos,
aonde por nada se mata um menino,

te peço a capacidade de sentir paz em meu coração,
e a força de fazer minha parte sem me comparar a ninguém,
e a esperança que nada disso seja em vão,
porque mais triste é nossa atitude de desdém...

e tanta gente acordando cedo pra dar o sangue pra viver em paz,
e outros covardes a estragar tudo que com dificuldade se faz,

precisamos de muita clareza da vida,
e uma dose de paz...
permita que mesmo que não mereçamos, possamos ser felizes,
que aprendamos e que possamos corrigir nossos erros,
e que um dia possamos entender tudo o que se passa neste cantinho do planeta azul,
que navega no espaço sideral como se nada estivesse acontecendo...

05 março 2011

Open Your Eyes, Open You Will Find...

Não sou ateu,
mas tenho certeza que foi a ciência que me fez ver Deus... não a religião...
pois não sei o que será após a morte, mas sei que existe a vida...
que são 15 minutos gastos perante a eternidade?

Polêmico esse vídeo,
mas nos mostra o que sabemos,
e como buscarmos,
e que realmente o caminho é a busca,
e Deus (e a quem duvida: se ele existe) é o segredo central do Universo...

Viajar é preciso, pela mente é preciso...

03 março 2011



Bem que poderia existir uma ilha,
um arquipélago,
algum lugar neste planetinha azul aonde pudéssemos ir pra ter paz...

Pra dar um tempo do nosso egoísmo,
pra dar um tempo do nosso estresse,
pra dar um tempo da nossa tristeza,
que não leva a nada, e tanto cultivamos a necessidade deles...

Um lugar que buscamos nas drogas, na religião, no consumo...

Seremos tão pouco merecedores da felicidade?
Ou estaremos completamente equivocados em nosso padrão de pensamento?
Porque somos tristes? Porque somos sofredores?

Mas essa ilha de paz, dessa maneira, não há...
mas sabe que pensando bem uma maneira certo pode dar....

Dentro de nós reside a nossa essência, inquieta, observando o mundo, observando nossos próprios pensamentos, e comparando, revendo, contestando o que vem. Essa é a voz da verdade, uma voz que sussurra baixinho, no mundo de dentro, algo que há muito nos disseram e já sabemos, mas não cremos ou esquecemos.

Quanta culpa nos colocam por querermos a felicidade!

Quão infeliz querem que creiam que devemos ser pelos noticiários?
Porque tanta insistência em nos dar a culpa e a consciência da culpa sem nos dar uma solução clara e simples? Porque nos eternizar na culpa?

Se queremos ver como devemos progredir, olhamos pra cima,
pra ver como somos felizes, olhamos pra baixo,
mas pra não perder o rumo da vida, olhamos sempre pra frente,
e pros momentos de dúvida levamos na lembrança nossas pegadas que ficaram pra trás...

Não viemos pra cá pra aprender e recomeçar?
Não estamos aqui pra ver e assimilar?
Não estamos aqui pra sentir e provar?
Quem paga o preço de nossas vidas, não somos nós mesmos?
Então, pra que o medo?



E a voz que mora no lado de dentro de nós pergunta:

- Vale a pena sofrer tanto pela vida, sabendo que o dinheiro, poder e as decisões estão nas mãos de poucos, e esses poucos nada sabem sobre os muitos outros?

- Vale a pena trabalhar tanto e enriquecer os poucos que pouco ou nada sabem sobre os outros?

- E as águas que passam, a chuva que vem, o dia que vai? E as semanas que passam lentas, e os anos que passam rápidos demais? Que fazemos com nosso tempo?

Somos o que sabemos, somos o que seremos.

Um instrumento musical,
uma luta, ou melhor arte marcial,
um exercício aeróbico matinal,
uma leitura sensacional,
um desenho infantil que seja,
um erro arrependido que não quer que ninguém veja,
um pensamento que vira palavra,
um pensamento sem trava,
uma mente que devaneia e viaja...

A libertação vem de um processo demorado, que nasce na indignação com a desigualdade, estupidez, injustiça e cegueira do mundo e de nós mesmos. Ruptura. Ruptura. Ruptura com tudo o quanto é antigo e obsoleto. Ruptura com tudo quando é injusto e opressor. Ruptura com o sistema que nós mesmos criamos, um monstro que alimentamos e está prestes a nos devorar. Desapego. Desapego. Desapego.

Ruptura com os que sugam o petróleo do chão para nos vender a preços estratosféricos, às custas de nosso trabalho para construir Dubai, e outros impérios do mortal óleo...

(Ruptura com os que definem nossos meios de transporte,
nossa população mundial,
os países que serão e não serão invadidos,
com nossas bombas que explodem o planeta inteiro e mais um pouco...)

E a nossa ilha de sossego,
e a nossa terra de proteção,
é esse lugar microscópico,
um átomo no coração...

(que brilha sempre, com a luz de uma explosão)